(por Inês)
Mas é domingo e não quero,
é domingo e não o vi chegar,
sentado no sofá esperando o chá das cinco
está domingo e todo seu silêncio.
Essa ausência arrebatadora me perfura
os tímpanos e o macio do sono
já não mais me acolhe,
amanhã cuidarei da vida, amanhã
distrair-me-ão as frutas maduras colhidas na feira –
mas amanhã não chega, amanhã
não existe e os domingos não têm fim;
têm o tamanho e duram o tempo dessa colcha
que bordei para fazer passar domingo,
é domingo e sempre,
é domingo e
basta.
(da série "Cômodos", inspirada na poesia puerperal de Eduardo Martins: puerperal.blogspot.com)
Um comentário:
http://impressaocrua.blogspot.com/2009/10/uma-tarde-de-domingo.html
um texto garimpado das profundezas do cache do google, onde os blogspots morrem, mas a poesia ainda sobrevive. restos imortais do cemitério virtual.
o arthur é um amigo especial da ana que tinha um blog e deletou. e tinha esse texto que ela queria mandar pra você.
mas a gente conseguiu recuperá-lo das garras googlélicas.
abraços,
marcos, matheus e ana
Postar um comentário