quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Essa brecha que não se fecha mais

para Lidia


É que desaprendemos um pouco a ser sozinhos depois que, no amor, nos tornamos homens reconhecidos pelos homens – nossa imagem belamente renascida e realçada no espelho do outro.

Não é que o amor tenha nos roubado a dádiva de sabermos amar a nossa solidão. É que o amor abre na vida da gente essa brecha de espaço para o deleite de tamanha e tão doce embriaguez compartilhada – essa brecha que não se fecha mais.