E agora sei, eu sou só
Eu e minha liberdade que não sei usar
Assumo a minha solidão:
Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silenciosa
Guardo teu nome em segredo
Preciso de segredos para viver
Lispector, C.
nos intervalos do sono
(ao leve abrir dos olhos)
avistava aquela ilha
de luz
aquele corpo, pedaço de terra
– terra à vista!
epiderme do desejo
branco do sonho
suspiro do repouso
profundo
(o meu mergulho era o sono, águas gélidas e escuras, e o meu breve respirar era ver ali aquele corpo entregue ao acaso – como flor esquecida ao relento que só espera ser apanhada)