poema nasce em estado de vertigem
em terra-de-ninguém
poema se faz quando não se quer
não se espera
não se
poema nasce
do ventre
do ócio
do cio
e só
numa dessas noites
ao dobrar a trigésima oitava esquina,
ouviu de alguém
que passava de carro
[alguém cujo rosto não foi percebido]
seu nome:
LUANA!
seu nome
num grito tão certo
num grito tão alto
tão rouco
tão forte
seu nome morando num grito
que nem ela mesma
ousara gritar.