terça-feira, 14 de abril de 2009

sopro

O frio me faz lembrar o corpo. Os pés queimando de gelo sobre o verde-escuro da ardósia. E o vento já não mais se cala, por onde passa me convida para um não-lugar... Vejo-me então persuadida pelo latente vendaval contido num sopro. É sim, o vento me cochicha nos ouvidos que eu vá um pouco morar fora de mim, quem disse que eu ouço? Finjo que não. Finjo-me pedra.

(Mas sei que não sou pedra: sou antes um rio turvo e belo e ávido de maiores sinuosidades)

2 comentários:

Clube Jatobá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Clube Jatobá disse...

Como os desertos, o não-lugar é onde sempre se está no centro, salvo que esse não-lugar pode ser em qualquer parte, já os desertos, ou são em regiões de infinita areia, ou de infinitas pedras, ou de infinitas palavras etc., de onde não há saída. Ponhamos que, assim como os desertos, o não-lugar é o centro do universo. Onde é o centro do universo? Será o centro de mim mesmo?