segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Corumbá

vai ser assim:
na primeira brecha do Tempo,
na primeira fresta entre as horas que houver,
(assim como de vez em quando há buracos no meio
dos muros de tijolos concretos por onde se pode ver a amplitude),
ana e eu
(os olhos apertados do sol se pondo)
pegaremos carona na garupa do primeiro caminhão com destino a lugar algum –
mas que passe por Corumbá.

até lá dará tempo de termos comido bastante poeira:
marrons que só vendo pisaremos o chão daqueles pantanais.

seguiremos então os rastros mudos das formigas
que nos levarão até o córrego das brisas,
por onde flutuaremos entre risos e rosas e risos e...

rosas depois,
avistaremos um descampado à maneira de céu
com apenas uma árvore sabiamente retorcida:
sentado sobre o macio de sua sombra estará Manoel
a exuberar-se com o ínfimo das coisas que não prestem
a enamorar-se de Bernardo
a sorrir com os olhos miúdos por trás de suas lentes garrafais,
sua organicidade misturando-se à da terra, dos troncos, das rãs e dos calangos.

nos aproximaremos então, em singelo êxtase,
e nada haverá que não seja poesia.

4 comentários:

ana f. disse...

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ornitorrinco woolf disse...

Só não se esqueçam do outro Manuel, com U, de cá, destas bandas, o Manuelzão do Minguilim.

Baum demais conversar com você via Ana aquele dia.

ana f. disse...

bom dia, luana! você recebeu um e-mail que eu te mandei falando de guardar dinheiro e uma possível viagem em julho? beijo!

Anônimo disse...

In-crí-vel.
Casa comigo?